Uma garota, um caderno.

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Tirei um poster da parede hoje, coloquei uma bolsa em seu lugar. Guardei meus tênis, agora uso sapatilhas. A fatura do cartão de crédito chegou. Já perdi a conta de quantas entrevistas de emprego fiz. Também fiz minha inscrição no vestibular, de novo. Há quanto tempo terminei a escola?  Rosa e floral não são mais tão impensáveis hoje em dia. Eu gosto de moda.

Não sei exatamente como explicar isso. Só sei que parece que foi em um piscar de olhos que tudo mudou. Parece que a menina esquisita que pintava os tênis brancos de amarelo e usava um colar de rolha trocou de pele e hoje já faz uma lista do que comprar.  Ela pensa em sua casa, morando sozinha em uma cidade antiga e movimentada. Londres, Nova York, Edimburgo! Até Paris, quem sabe?

Ela aprendeu a se relacionar e a se entender melhor. Aprendeu a usar maquiagem. Só não aprendeu a andar de salto alto. As musicas em seu Ipod são pesadas, como sempre foram, mas você percebe que são mais maduras.

Maduras. A menina cresceu. Eu cresci.

É tão assustador e emocionante não ter mais hora para voltar para casa. Poder comprar bebidas sozinha. Poder fazer tantas coisas que nem sei por onde começar.

Mas, é solitário também. Cada um passa por isso de um jeito. Alguns só vão se dar conta quando fizerem quarenta anos e estiverem casados e com três filhos. Outros quando começarem a morar sozinhos. Outros quando a primeira conta em seu nome chegar. Alguns ja perceberam. Alguns já imaginavam que seria assim.

Não sei exatamente se esse era o jeito que imaginava, mas não é tão ruim assim crescer.

É claro que as responsabilidade aumentam, isso a gente já sabe de cor e salteado. É claro que a pressão também aumenta, porque se você tem vinte anos, mora com sua mãe e depende dela para tudo, o resto da família vai te olhar de cara feia.

Mas, é agora que nos acostumamos com o que antes eram nossas primeiras experiencias: o primeiro beijo, a primeira transa, o primeiro porre, a balada. Essa é a época em que nos acostumamos, que aproveitamos. Que nos libertamos.

Tudo é incrivel. Tudo é assustador.  Tudo é frustrante. Tudo é apaixonante.

Suponho que crescer é assim mesmo. Por isso é tão assustador, porque agora nos mostramos ao mundo quem realmente somos, quem nós passamos a adolescência toda tentando entender. Agora, não é mais hora de perguntar, agora é hora de agir.

Talvez não haja muito mais a ser dito. Apenas nos resta o objetivo de fazer com que tudo isso valha a pena. Que tudo isso nos faça chegar aos quarenta com a certeza de que não foi um tempo em vão.


Luana Bastos, paulistana de 19 anos que ama escrever. Viciada em Internet, livros e séries, sempre dá um jeito de assistir a mais um episódio de Doctor Who, mesmo que já tenha assistido tantas vezes que já decorou as falas.

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